Na última semana, oito mortes foram registradas na Capital em decorrência a alta circulação dos vírus respiratórios
A queda nas temperaturas em todo território sul-mato-grossense põe alerta para a população sobre o agravamento de doenças respiratórias. O cenário é mais perigoso para aqueles considerados grupo de risco, como as crianças, os idosos e pessoas imunossuprimidas.
Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), em Mato Grosso do Sul, 4.019 pessoas foram internadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2023. Destas, 43 não resistiram aos sintomas e morreram.
Em Campo Grande, até o dia 14 de junho, foram confirmadas 1.632 notificações de SRAG, outros municípios que também apresentam registros significativos da doença são: Corumbá (349), Ponta Porã (244), Sidrolândia (162), Dourados (134) e Três Lagoas (111).
Crianças de zero a nove anos e idosos com mais de 70 anos são as principais vítimas das SRAG, que podem ser agravadas pela influenza ou outros vírus como sincicial respiratório. Este último afeta principalmente crianças de zero a dois anos e pode levar à morte.
Conforme a infectologista Mariana Croda, o frio diminui as defesas das vias aéreas. “A alta circulação dos vírus respiratórios em um mês fora do inverno fez essa média subir. Esperamos ter mais doenças respiratórias nos meses mais frios do ano”, afirmou.
A pneumonia é um dos agravos que pode gerar internação de pacientes com SRAG. Ainda segundo o último levantamento, foram oito mortes notificadas entre 28 de maio a 4 de junho, entre as vítimas, cinco apresentavam doenças cardiovasculares, neurológica crônica e pneumopatia crônica.
Pneumonia
Conforme dados dos cartórios de registro civil do Brasil, de janeiro a maio, 1.373 pessoas faleceram em Mato Grosso do Sul em decorrência a complicações por pneumonia em 2023. No ano passado, foram registradas 3.869 mortes.
Ao passo que em 2021, foram 2.982 sul-mato-grossenses que morreram em decorrência do quadro infeccioso. Em 2020, antes da pandemia, foram 3.320 mortes pela doença.
Na Capital, dentro do mesmo período (janeiro – maio) o Portal da Transparência aponta que já foram 659 mortes registradas só neste ano por pneumonia.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) cada minuto que o paciente com pneumonia passa sem o antibiótico pode ser decisivo para a mortalidade.
“É necessário orientar as pessoas a procurarem a emergência se observar sintomas semelhantes aos de uma gripe forte que não sara, é necessário procurar o atendimento de emergência para fazer o diagnóstico. Esperar por uma consulta pode prejudicar o sucesso do tratamento.”
O instituto afirma ainda que o cuidado com a doença deve ser maior nos extremos de idade, com idosos e crianças, e para quem tem o sistema imunológico mais comprometido.
“Pacientes que fazem uso de corticóide em altas doses ou há muito tempo, por exemplo, devem ser avaliados. A atenção deve ser redobrada também para quem tem comorbidades, como a diabetes”.
Sintomas
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, as principais manifestações clínicas da pneumonia são:
- Febre alta;
- Calafrios;
- Tosse;
- Dor no peito (Dor no tórax);
- Alterações da pressão arterial;
- Mal-estar-estar generalizado;
- Respiração rápida ou dificuldade em respirar (Falta de ar);
- Secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada;
- Toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue);
- Fraqueza (Prostração).
Fatores de risco
- Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos;
- Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório;
- Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias;
- Resfriados;
- Mudanças bruscas de temperatura.
Prevenção
A pneumonia muitas vezes pode ser prevenida e, geralmente, pode ser tratada. O risco de pneumonia pode ser reduzido com vacinas e outras práticas de vida saudável. As principais formas de prevenir a doença são:
- Lavar as mãos;
- Não fumar;
- Não usar bebidas alcoólicas;
- Evitar aglomerações;
- Se vacinar;
- Quando possível, não se expor a mudanças bruscas de temperatura;
- Procurar atendimento médico para diagnóstico precoce de pneumonia, para diminuir a probabilidade de complicações.
Diagnóstico e tratamento
Os recursos essenciais para o diagnóstico de pneumonia são: Exame clínico; Auscultação dos pulmões e Radiografias de tórax.
O tratamento depende do micro-organismo causador da doença. Nas pneumonias bacterianas, deve-se usar antibióticos. A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia
Na maior parte das vezes, quando a pneumonia é causada por vírus, o tratamento inclui apenas medicamentos para aliviar os sintomas, como febre e dor, podendo ser necessários medicamentos antivirais nas formas graves da doença.
CORREIO DO ESTADO. Queda na temperatura coloca MS em alerta para surto de doenças respiratórias. Disponível em:<https://correiodoestado.com.br/cidades/queda-da-temperatura-alerta-para-surto-de-pneumonia-e-outras-doencas/416248/>. Acesso em: 14.Jun.2023.