Ainda em 2020, Fundação de Cultura divulgou a empresa que venceu licitação de R$ 244.412,82 para obras de reforma, mas atriz que batiza o local morreu antes de ver o espaço pronto

De portas fechadas desde 2016, o teatro campo-grandense, batizado de Aracy Balabanian, não teve suas obras finalizadas antes que atriz que o nomeia falecesse – vítima de câncer nesta segunda-feira (07) -, sendo que o prazo para entrega segue até o fim deste ano. 

Ainda em 2020 a Fundação de Cultura divulgou que a empresa Ilume Arquitetura Eireli-EPP foi a vencedora da licitação, de R$ 244.412,82, para reforma e ampliação. Atualmente, um dos fatores que seguem em elaboração no espaço é justamente as marcações de acessibilidade. 

Vítima de um câncer no pulmão diagnosticado em outubro de 2022, a atriz campo-grandense Aracy Balabanian estava com 83 anos, internada na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.

Espaço segue em obras, com previsão de entrega para o fim do ano. Foto: M.V

Ainda, num primeiro momento do anúncio de sua morte, familiares de Aracy – que possui consultoria de oftalmologia localizado na rua 15 de novembro na Capital – foi procurado, porém, inicialmente apontaram que só devem se pronunciar dentro de dois dias. 

Vale lembrar que ainda em 2011 o espaço foi fechado uma primeira vez, à época, para manutenção, já que a classe artística indicava a necessidade de um maior cuidado. Em seguida, as paralisações para reforma aconteceram cerca de cinco anos depois. 

No interior do espaço, andaimes e pilhas de madeira entulhadas desenham a estética atual, com o espaço de varanda ocupado por telhas de zinco empilhadas ao lado de montes de terra e caçambas de entulho, tudo escondido pelas paredes grafitadas e a placa de “obra do governo do Estado”. 

Importante ressaltar que o Centro Cultural foi inaugurado em 1984, e tem vários espaços além do Teatro Aracy que homenageiam ícones locais, como as salas Rubens Corrêa e Conceição Ferreira e galerias Wega Nery e Ignês Corrêa da Costa. 

Aracy Balabanian

Entre os principais espaços culturais de Campo Grande, o Teatro Aracy Balabanian possuía capacidade para 300 pessoas e, desde que fechado, limitou as alternativas para a classe artística. 

Descente de armênios, Aracy nasceu em Campo Grande junto dos sete irmãos, se mudando para São Paulo ainda aos 15 anos, dedicando sua vida ao teatro, televisão e cinema, figurando em papéis icônicos como:  

  • Marta de Ti Ti Ti (1985/86)
  • Maria Fromet de Que Rei Sou Eu? (1989)
  • Dona Armênia das novelas Rainha da Sucata (1990) e Deus nos Acuda (1992/93), além da mais reconhecida Cassandra, no humorístico Sai de Baixo. 

Entre as curiosidades, Aracy achou que não funcionaria em um papel cômico, por ter dificuldade em segurar o riso.  Daniel Filho, diretor da atração, justamente quem liberou a atriz para rir a vontade, alavancando ainda mais o sucesso com o programa, foi um dos primeiros a lamentar sua morte. 

“E então você se foi, assim, nesse dia ensolarado, como são ensolaradas as lembranças que invadem a minha cabeça, num jorro incessante, ainda que meu coração esteja nublado. Minha amada Aracy, minha rainha, atriz de primeira grandeza, companheira irretocável, amor de muitas vidas. Obrigado pela honra de ter estado ao seu lado exercendo nosso ofício, obrigado pelo afeto, pelos conselhos, pelas gargalhadas e pela vida que você tão delicadamente me ofereceu. Consola-me saber que estaremos para sempre juntos em alguma reprise de uma futura sessão nostálgica. Te amo para sempre. Até um dia”, publicou

CORREIO DO ESTADO. Fechado há 7 anos, entrega de teatro em homenagem a Aracy Balabanian é prevista para fim de 2023. Disponível em:<https://correiodoestado.com.br/cidades/fechado-ha-7-anos-entrega-de-teatro-em-homenagem-a-aracy-balabanian-e/418464/>. Acesso em: 07.Ago.2023

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