Dois documentaristas tiveram a ideia de fazer um estudo sobre mexilhões. O que eles não esperavam, no entanto, era encontrar, durante os trabalhos, um navio ainda intacto no fundo mar, mesmo estando afundado há quase 130 anos. Yvonne Drebert e Zach Melnick estavam realizando filmagens sobre a fauna marinha de Huron, em um dos cinco Grandes Lagos localizados entre os Estados Unidos e o Canadá, quando fizeram a descoberta.

“Recebemos uma informação de que pessoas que faziam um levantamento de peixes notaram uma anomalia na leitura do sonar, basicamente uma colisão incomum no leito de um lago plano”, explica Melnick.

Pesquisadores acreditam que a embarcação seja o “Africa”, um navio desaparecido em 1895, com seus onze marinheiros, durante uma tempestade. O navio estava na região para fazer o reboque de outra embarcação, o Severn.

“Com a localização da anomalia fornecida pelos cientistas pesqueiros, empacotamos nosso robô, pegamos alguns amigos e seu cachorro e partimos para o que pensamos que seria um divertido passeio de barco no sábado”, lembrou Drebert. “Honestamente, esperávamos encontrar uma pilha de pedras.”

Eles contam que o navio estava incrustado de mexilhões invasores, que se multiplicam pelos lagos da região, danificando destroços na área. Um documentário do casal, “All Too Clear”, estuda o impacto que esses mexilhões têm na região.

Segundo a CBS, após a descoberta, eles contaram com a ajuda de um historiador e um arqueólogo marinho para identificar o navio. Um veículo operado remotamente também ajudou nas pesquisas, para medir a embarcação e procurar pistas sobre sua identificação. O segundo mergulho dos pesquisadores revelou que os destroços correspondiam à medidas de comprimento, largura e altura do Africa, e o navio estava com uma carga de carvão, assim como o Africa quando desapareceu.

“Antes de descobrirmos África, o nosso trabalho centrou-se nos impactos ecológicos dos mexilhões – que devastaram a pesca à volta dos Lagos. Não tínhamos considerado o efeito que poderiam ter no nosso patrimônio cultural”, disse Melnick, afirmando que “os mexilhões realmente mudaram tudo nas águas profundas dos Grandes Lagos”.

As imagens da descoberta farão parte de um novo documentário a ser produzido por eles. Casados, Drebert e Melnick já co-criaram mais de 40 horas de documentários sobre natureza e história nos últimos 20 anos, segundo o site que eles mantêm.

Além deles, a equipe da Inspired Planet, empresa do casal, ainda conta com outros cinco colaboradores: Kyle Melnick (“especialista em análise de dados que também é um talentoso produtor e cinegrafista”), Simon Wood (“o cérebro musical”), Alec Bell (editor e colorista), Ann Tipper (diretora de fotografia) e Anthony Grani (produtor e diretor).

Fonte: O Globo

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