Durante Feira do Conhecimento de escola da Capital, alunos apresentaram trabalhos e se encantaram ao conhecer autor de obras que retratam a natureza
Defensor da educação para a formação de cidadãos conscientes, o artista plástico sul-mato-grossense Cleir está sempre em contato com estudantes que se interessam pela cultura e arte do Estado.
No último sábado (18), ele foi homenageado e participou da Feira do Conhecimento da Escola Atual, localizada no Jardim Samambaia. No local, o artista conversou com alunos, contou detalhes sobre seu trabalho e se emocionou com as homenagens recebidas. “Fiquei emocionado ao conhecer a dedicação das educadoras em incentivar que as crianças conheçam sobre meu trabalho e acima de tudo, sobre a arte regional. Mesmo tão jovens, os alunos se dedicaram, estudaram as obras e as retrataram com esse olhar ávido por conhecimento e muito cuidado. Foi uma surpresa muito feliz”, relata Cleir.
As seis obras revisitadas do artista plástico foram escolhidas pelos alunos do Estágio 4, com apoio da professora Alzira Neta. Segundo a educadora, houve votação entre os 14 alunos que escolheram trabalhar as esculturas e pinturas de Cleir.
Foram retratadas durante a feira, a Praça das Araras, Monumento do Sobá e Monumento Pantanal Sul (Tuiuiús do Aeroporto), em Campo Grande; a Índia Terena, localizada em Aquidauana, as piraputangas da Praça da Liberdade, em Bonito e o emblemático painel da Onça Pintada, de 1994 e localizado na Avenida Afonso Pena, a obra encantou moradores e turistas da Capital por mais de 20 anos e que em 2015 foi apagado. “Apresentei dois artistas regionais aos alunos e por votação deles, o Cleir foi escolhido. Conforme eu mostrava as obras, eles se empolgavam e comentavam que conheciam os monumentos. Foi um trabalho que envolveu toda a família e encerramos com chave de ouro, com a visita do nosso ídolo aqui. Esse momento memorável jamais será esquecido”, conta emocionada a professora.
Jovens artistas – Augusto Yule, de 5 anos, se identificou tanto com a tarefa escolar que agora afirma se chamar ‘Augusto Cleir’. Ao exibir orgulhoso todos os trabalhos que fez, ele fala que será o próximo artista plástico de Mato Grosso do Sul. “Eu gostei muito de fazer os tuiuiús e quando crescer vou ser igual ele (Cleir)”, conta o menino.
Aos 4 anos de idade, José Francisco visitou todos os pontos turísticos de Campo Grande e a Índia Terena de Aquidauana. Incentivado pela mãe, Adriana Flores, o pequeno artista se identificou tanto, que decidiu retratar a Arara Azul (também conhecida como Arara Sorridente), localizada no prédio do Exceler Hotel, na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. A obra de 1990, restaurada em 2017, inspirou o garoto, que acorda cedo para ‘fazer sua arte’, sempre com incentivo da família. “Quando a professora passou essa atividade, levei o José Francisco para visitar as obras e ele simplesmente ficou encantado. A empolgação é tanta, que ele fala para mim que vai ser assistente do Cleir, e em alguns dias tem até crise criativa, falando que precisa caprichar para pintar igual ao Cleir”, conta a mãe.
A pintura do jovem talento ainda não foi finalizada, mas assim que terminar, será entregue como presente ao artista, que aguarda ansioso. “As crianças sempre me surpreendem e eu sempre me surpreendo com essa demonstração de carinho que me acompanha ao longo de mais de 30 anos de trabalho. Uma das maiores honras é saber que o trabalho atravessa gerações e se torna atemporal”, finaliza Cleir.
Sobre o artista – Autodidata, Cleir registra mais de 30 anos de carreira. Começou a pintar aos 18 anos com influência hiper-realista, onde ele retrata em suas obras temas regionais e ecológicos, principalmente a natureza pantaneira, presente em quase toda sua arte.
Com obras em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Bonito, Bodoquena, Rio Verde do MT, Corumbá, Bataguassu, Ladário e na cidade de Arapongas, no Paraná, seu trabalho é desenvolvido por meio da Canindé Produção Cultural.
