Oferta mundial, dólar e o clima são apontados como os principais causadores do aumento do produto neste ano

O consumidor de Campo Grande já nem se lembra mais quando foi que pagou barato no pacote de café. Só na Capital, a bebida que está presente no nosso dia-a-dia aumentou 52,28% ao longo deste ano. De acordo com a pesquisa de preço, do jornal O Estado que compara os valores de 25 produtos da Cesta Básica, o café de 500g (Três Corações) é vendido em torno de R$ 23,41. Para coleta dos dados participaram seis dos maiores atacarejos da Capital. Na sexta-feira (13), o produto foi encontrado custando entre R$ 21,99 e R$ 23,90.

O preço do quilo do café em pó aumentou em 14 capitais, em novembro, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Mas afinal, porque o café está caro? O departamento de pesquisa aponta: “A manutenção da trajetória de alta derivou da menor oferta mundial, do dólar valorizado frente ao real e de incertezas relacionadas ao potencial produtivo da temporada 2025/26”, justifica sobre o aumento da pesquisa.

Ainda conforme a pesquisa do jornal, os valores repassados aos consumidores não tem alteração significativa de um estabelecimento para o outro. Obtendo uma variação de preço de apenas 8,69% entre o menor e maior valor de comércio. Segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) o pacote de 1 kg está sendo comercializado, em média, a R$ 48,57. Em janeiro, o valor era de R$ 35,09. Considerado “a dupla” do café, o leite de caixinha, já vem apresentando preços mais acessíveis para o consumidor na capital. Nesta pesquisa o item foi encontrado custando R$ 4,49 (Comper e Fort).

Outro alimento observado foi o pacote de arroz com 5 kg, conforme a pesquisa o preço médio ficou em R$ 24,91. O produto foi encontrado custando 25,92% mais em conta nesta semana, pelo preço de R$ 22,79. Já o feijão com 1 kg é vendido em torno de R$ 6,00, os preços oscilaram entre R$ 4,98 e 7,99. Já a diferença de preço entre os supermercados foi maior em comparação ao arroz, o feijão teve aumento de 60%.

Custando em média R$ 7,00, o extrato de tomate de 310g (Elefante) é vendido entre R$ 6,39 e R$ 7,99, segundo a coleta de preços. A variação do valor ficou em 25,04%. Nesta pesquisa, a cartela de ovos com 12 unidades foi encontrada custando entre R$ 6,98 (menor valor) e R$ 9,98 (maior valor), comportamento de preço que resulta em um aumento de 42,98%. Dando um alívio para o orçamento destinado às compras de supermercados, o quilo da cebola registrou quedas no preço, custando em média 2,50, o menor valor foi de R$ 1,85 e o maior custava R$ 3,69 o quilo.

Higiene pessoal

Na seção de higiene, conforme a pesquisa do jornal, o papel higiênico com 12 rolos (Neve) custa R$ 26,71, em média. O produto teve variação de 20,08% nos supermercados, custando entre R$ 24,90 e R$ 29,90. Já o creme dental (Colgate) é vendido em torno de R$ 4,87, a variação do item ficou em 48,94%. Os valores mínimo/máximo encontrados pela reportagem foram de R$ 4,29 e R$ 6,39 respectivamente.
A maior diferença de preço nesta seção foi do sabonete (Lux) com aumento de 66,16% entre os locais pesquisados. O produto custa entre R$ 1,98 e R$ 3,29, o item é vendido em torno de R$ 2,50.

Aumento ainda em 2025

Infelizmente, para 2025 os preços do café devem seguir a tendência de alta. As principais marcas de café do Brasil preparam um aumento entre o fim deste ano e janeiro de 2025 que deve passar dos 40%, segundo informações da Folha de S.Paulo. As altas ocorrem após a cotação do grão disparar no mercado global (leia mais abaixo). O grupo 3corações, líder do setor, comunicou seus revendedores sobre um reajuste de 20% para café torrado e moído e em grãos a partir de dezembro, além de um novo repasse de 21% em 1º de janeiro de 2025.

Em comunicado enviado aos seus clientes, a empresa cita a alta histórica dos preços do café nas últimas semanas, ocasionada “por um conjunto de fatores climáticos, que se intensificaram nos últimos meses”. O documento ainda informa sobre aumentos para outros tipos de produto, a saber: em dezembro, 10% para solúveis; em janeiro, 11% para solúveis, 11% para cápsulas e 11% para cappuccinos.

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