Primeiro Papa latino-americano, Francisco deixa legado único após quase 12 anos como líder máximo da Igreja Católica Apostólica Romana

Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. Papa desde 2013, o pontífice argentino vinha sofrendo com sérios problemas de saúde desde 2023 e teve seu estado agravado em decorrência de uma pneumonia dupla.

O anúncio oficial do falecimento foi feito pelo Camerlengo Farrell, da Casa Santa Marta: “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”.

No horário do Brasil, o falecimento ocorreu às 2h35. Bergoglio exerceu o papado por 12 anos.

Primeiro latino-americano a chegar ao posto máximo da Igreja Católica, Papa Francisco é apontado pelo Vaticano como um líder evangélico focado nos mais pobres.

“Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, diz a nota oficial da Santa Sé.

“Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, escreveu Farrel.

Última mensagem no domingo de Páscoa

Ontem (20), domingo, o Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.

O religioso tinha predisposição para infecções pulmonares, pois precisou ter parte de um pulmão removido após sofrer uma pleurisia quando era jovem.

Uma década como Papa e a trajetória na Igreja

Argentino nascido em Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio veio ao mundo em 17 de dezembro de 1936. Ele era filho de imigrantes italianos e o mais velho de cinco irmãos.

Em 2013, tornou-se o primeiro latino-americano a ocupar o posto de Papa e, ao longo da última década, conquistou o título de “Papa Pop” por seu jeito descontraído, afetuoso e popular.

Mesmo sem instituir nenhuma mudança no catolicismo, o Pontífice argentino atuou no combate a crimes financeiros e sexuais na Igreja, como a pedofilia cometida por líderes religiosos, e levou mais diversidade para o alto escalão do Vaticano.

De ideais progressistas, o argentino também lutou para estabelecer uma maior participação das mulheres na Igreja Católica e deu declarações controversas sobre a população LGBT.

Antes de se tornar um sacerdote, Francisco foi técnico químico diplomado. Ingressou no seminário em 1958 e foi ordenado padre aos 32 anos, em 1969. A partir de então, subiu degrau por degrau nos cargos de liderança da Igreja, até alcançar o posto supremo.

Feitos do Papa Francisco

Foi o primeiro pontífice a adotar o nome de Francisco. Em 10 anos, se tornou o maior canonizador de santos da Igreja Católica, realizando mais de mil beatificações.

Para o Santuário Pai Eterno, em termos de geopolítica mundial, o argentino deixou seu nome na história, pois é apontado como o responsável pelo fim de um rompimento que parecia eterno: o das relações entre Cuba e os Estados Unidos, interrompidas em janeiro de 1961 e retomadas em dezembro de 2014.

Um ano e seis meses antes do acordo diplomático, Francisco intermediou conversas entre os governos, tanto no Canadá quanto no Vaticano. “Um dos maiores legados para a Igreja é a sinodalidade”, afirma o Santuário sobre o santo padre.

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