
Milho teve participação nessa queda e pode deixar a proteína ainda mais barata
Após ficar entre as capitais onde o preço do ovo de galinha ficou mais caro em 2025, Campo Grande passa a ocupar agora a 6ª posição onde o alimento ficou 6,17% mais em conta para o consumidor em maio, segundo apontam os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Esse recuo nos preços já era esperado a partir deste mês, de acordo com o diretor administrativo da Camva, Reinaldo kurokawa.
“O mercado de ovos tem sua demanda muito forte no período da Quaresma. Nos meses de março e abril, o valor do ovo chegou a patamares bem altos. Após essa data (Sexta-feira Santa), o mercado ficou mais calmo, recuando aos poucos e na 2° quinzena de maio, tínhamos várias promoções nas redes de supermercados”, explica.
Na Cooperativa, onde Reinaldo trabalha em Terenos, há 1,3 km da Capital são produzidos aproximadamente 950 mil ovos por dia, sendo comercializados em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, e uma parcela que vai para a indústria de processamento em São Paulo. O especialista dá uma notícia animadora para o consumidor: a cartela de ovos pode ficar ainda mais barata. Isso depende da produção do milho.
“Para contribuir com esse movimento de queda do ovo, como o preço da matéria-prima que é o milho está caindo. Aqui em Mato Grosso do Sul é esperado uma boa safra de milho, assim como no Brasil inteiro, isso impacta no preço da ração. Então o mercado começa a pressionar e o preço do ovo vai reduzindo aos poucos”, analisa kurokawa.
Sobre as oscilações no valor da proteína, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) informou que o preço dos ovos segue sazonalidade, assim como qualquer outro alimento, e pode eventualmente apresentar novas elevações, a depender do cenário de mercado.
Alimento básico com preço básico
Conforme o mapeamento do IBGE, a redução no preço do ovo foi registrada em todas as regiões metropolitanas em maio. Em Rio Branco a diminuição foi de 9,09%, Salvador 7,63%, Belém 6,43% e Recife 6,25%. Já entre as capitais onde o ovo ficou caro no começo desse ano estão: Porto Alegre (33,86%), Curitiba (32,73%), São Luís (31,51%), Campo Grande (28,6%) e São Paulo (27,99%).
Como já divulgado pelo jornal O Estado, em abril, uma cartela de ovos com 20 unidades chegou a custar em torno de R$ 30 em Campo Grande. Já no início de junho, é possível observar que o mesmo produto é vendido em torno de 18,90. Enquanto, a cartela com uma dúzia já é possível adquirir pagando R$ 6,99 – de acordo com a pesquisa da cesta básica realizada na última quinta-feira (13).
No acumulado de 12 meses —de junho de 2024 a maio de 2025 —, todas as capitais tiveram alta de preço do ovo. Os maiores aumentos ocorreram em Curitiba (23,51%), Campo Grande (21,63%) e São Paulo (20,16%). Já as menores foram observadas em Recife (1,8%), seguida de Rio Branco (2,64%) e Belém (7,64%).
Para a ABPA, o comportamento dos preços ainda pode ser afetado por custos de insumos, como embalagens e lisina —aminoácido usado na ração das galinhas. “No curto prazo, não se esperam mudanças significativas nos patamares de preços”, afirma a associação.
Números positivos para exportação
As exportações brasileiras de ovos (incluindo in natura e processados) totalizaram 5.358 toneladas em maio, de acordo com a ABPA. O número supera em 295,8% o total embarcado no mesmo período do ano passado, com 1.354 toneladas. A receita dos embarques em maio acumula alta de 356,2%, com US$ 13,756 milhões registrados no quinto mês deste ano contra US$ 3,015 milhões no mesmo período do ano passado.
No ano (janeiro a maio), as exportações de ovos totalizaram 18.357 toneladas, volume 165,6% maior em relação às 6.912 toneladas exportadas no mesmo período do ano passado. Os embarques para os Estados Unidos – principal destino das exportações – cresceram 996% entre janeiro e maio deste ano, totalizando 9.735 toneladas.