Campo Grande realiza 1ª etapa da Copa Brasil neste fim de semana; evento garante vaga para Copa do Mundo e ao Campeonato Mundial de modalidade

Detentor de um dos principais nomes da paracanoagem mundial, com destaque ao sul-mato-grossense Fernando Rufino, campeão olímpico em Tóquio 2020*, Mato Grosso do Sul sedia neste final de semana a 1ª etapa da Copa Brasil de Paracanoagem de 2023. 

Para além do expoente, o evento que garante vaga para Copa do Mundo e ao Campeonato Mundial, traz ao Estado nomes como os de Igor Tofalini, ouro na categoria VL2,  no mundial de Halifax, no Canadá em agosto último, e Giovane Vieira de Paula o “Pantera”, prata na na classe VL3, também nas últimas olimpíadas. 

Referência mundial, Rufino salientou que o modo de treino dos competidores brasileiros despertou o interesse de atletas de outras nacionalidades.

Atualmente o “Cowboy de Aço” reside em Ilha Comprida (SP), junto de Pantera, Tofalini e mais um competidor, ambos sob a supervisão de Thiago Pupo, treinador da seleção brasileira.

“Pelo fato de estarmos juntos em  Ilha Comprida, outros países dispersaram o interesse de irem para lá, conversam com nosso treinador. Isso desperta o interesse de outras pessoas, trabalho de muito esforço onde vim ganhando espaço”, destacou o campeão paralímpico. 

Natural de Eldorado e criado em Itaquiraí, cidades do interior do Estado, o multicampeão disse que o “fator casa” é bastante delicado em razão dos olhares e torcida de amigos e familiares, entretanto disse gostar da pressão.

“Uma das provas mais difíceis é quando se  compete em casa. Participei de várias  palestras e as mais difíceis foram na  presença de pessoas que me conhecem”, pontuou.

Por fim, Rufino destacou a competição na mesma categoria de Tofalini, e falou da importância da competitividade entre os atletas brasileiros por vagas internacionais.

“Vou estar com o Tofalini, campeão mundial. Um ou dois erros meus não consigo alcançá-lo. Sei da qualidade dele, quero que o público venha mesmo, que o cara aí exploda mesmo, gosto das emoções e chicote que estrale (risos)”, finalizou. 

Giovane Vieira disse que o principal objetivo neste momento é  buscar o resultado para participar dos campeonatos internacionais.

Questionado sobre a importância de fomentar a competição interna, o atleta disse que os demais competidores se guiam por meio dos principais tempos de cada categoria.

“Quando batemos um tempo, trabalhamos em cima dele, então todos os atletas terão que se dedicar para chegar nesse tempo. Quem chegar mais próximo disso e garantir a posição terá o objetivo alcançado”, destacou. 

Fernando Rufino, atual campeão paralímpico / Foto: Gerson Oliveira

Giovane Vieira “Pantera”, medalha de prata nos Jogos de Tóquio

Igor Tofolini, campeáo mundial / Foto Gerson Oliveira

Preparação

Um dos fatores determinantes para o progresso dos atletas e a colheita dos louros internacionais à nível de clubes e seleção brasileira passam por Thiago Pupo, treinador da seleção brasileira e responsável pelo desenvolvimento dos atletas neste momento. 

“A evolução que estamos tendo é sensacional. Os núcleos geram um envolvimento sensacional dos atletas. Para chegar no núcleo os atletas tem que ir bem nos campeonatos ou passar por análise técnica. Às vezes temos uma jóia que não está pronta mas podemos lapidar”, frisou.

Segundo Pupo, atualmente os competidores possuem núcleos em São Bernardo (SP) e Itajaí (SC), além de Ilha Comprida, onde reside Rufino. Conforme o gestor, a ideia é ampliar o número de atletas, assim como aumentar o Centro de Treinamentos para que este “suporte mais atletas”, finalizou. 

Segundo Fátima Fernandes, supervisora da paracanoagem pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), o evento deste fim de semana contará com atletas paralímpicos e não paralímpicos, além da categoria VL1, tetraplégicos e pessoas com deficiência visual e intelectual.

O evento, a ser disputado no lago do Parque dos Poderes, é uma das etapas com possibilidade de classificar os atletas para o mundial de Paris 2024. 

Categorias

Os atletas competem nas categorias: 

KL1 (Usa somente os braços na remada); 

KL2 (Usa tronco e braços na remada)

KL3 (Usa braços, tronco e pernas na remada)

VL1 (Nessa classe pode-se encontrar atletas tetraplégicos e paraplégicos)

VL2 (Nessa classe pode-se encontrar atletas paraplégicos, dearticulados de quadril, biamputados de membros inferiores e algumas deficiências congênitas)

VL3 (Nessa classe pode-se encontrar atletas com amputação unilateral e bilateral de membro inferior)

Os atletas competem também nas classes KLT1, KLT2, *DV, *DI

Serviço 

Com mais de 70 atletas, a 1ª etapa da Copa Brasil acontece no próximo sábado (18) e domingo (19), com início previsto para às 8h e término às 17h em ambos os dias.

*As paralimpidas de 2020 foram disputadas em 2021 em virtude da pandemia de Covid-19.

CORREIO DO ESTADO. Com campeão paralimpico de MS, geração brasileira de paracanoagem inspira atletas internacionais. Disponível em:<https://correiodoestado.com.br/esportes/com-campeao-paralimpico-de-ms-geracao-brasileira-de-paracanoagem/412445/>. Acesso em: 18.Mar.2023.

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