Governo do Chile vê Aeroporto Internacional Campo Grande como ponto de partida para turistas que sigam para o norte do país. Fluxo de visitantes entre os países está em crescimento

Aeroporto de Campo Grande entrou na mira do Governo do Chile na busca por visitantes (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
O Governo do Chile discute com o Brasil a ampliação de rotas aéreas entre os países. E, nesse sentido, o Aeroporto Internacional de Campo Grande ganhou protagonismo. O governo do país sul-americano quer voos diretos saindo da Capital de Mato Grosso do Sul em direção à região norte chilena, ainda pouco conhecida dos brasileiros.
Veronica Pardo, subsecretária de Turismo do Chile, em entrevista ao Estadão Broadcast, revelou que o Brasil é visto como um parceiro estratégico e potencial para ganhos mútuos. Isso porque o fluxo de turistas entre os países cresceu nos últimos anos.
O número de turistas brasileiros no Chile saiu de 247 mil em 2022 para 787 mil no ano passado, alta de 223%. Já o de chilenos em visita ao Brasil saiu de 202 mil para 653 mil no mesmo período (crescimento de 218%).
Parte desse crescimento é atribuído ao Pati (Programa de Aceleração do Turismo Internacional), lançado em 2024 para incentivar o número de assentos e voos internacionais rumo ao Brasil. O projeto-piloto investiu R$ 3,3 milhões e captou 70 mil assentos em voos internacionais para o verão 2024/2025 (27 de outubro a 30 de março).
Neste ano, a expectativa é de aportes de R$ 63,6 milhões ao Pati. Contudo, o crédito depende da análise de projetos das companhias aéreas sobre notas rotas ou ampliação de assentos. A expectativa é de que as empresas invistam um valor igual, elevando, assim, o investimento para os R$ 126,6 milhões.
Chile quer rota de Campo Grande para Antofagasta
“O desafio é apresentar regiões do Chile que não são conhecidas pelos brasileiros”, afirmou Pardo, que já considera positivo a manutenção dos atuais patamares. Contudo, as atuais 15 rotas que saem de 11 Estados do Brasil rumo ao Chile são limitadas à capital, Santiago.
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A intenção, agora, é uma ligação aérea de Campo Grande para Antofagasta, no norte do Chile. Atualmente, o destino no país sul-americano só é acessível por várias conexões. Contudo, dali, abrem-se leques de visitação como Arica, conhecida por praias e sítios arqueológicos andinos, e Iquique, um centro de comércio e lazer e centro do patrimônio histórico do chamado “Ciclo do Salitre”.
Já Antofagasta é conhecida como porta de entrada do deserto do Atacama e suas áreas de observação espacial. Dali, visitam-se salares e geoglifos. O eventual caminho de volta também permitiria aos chilenos chegarem a Campo Grande, um das portas de acesso ao Pantanal. O Aeroporto Internacional passou recentemente por obras visando o aumento de sua capacidade.

Chilenos atuam em diferentes frentes por rotas
Veronica Pardo revelou que o Governo do Chile atua em diferentes frentes. Além de conversas com a Embratur, do Governo Federal, negocia com companhias aéreas e governadores.
“No momento, nosso foco é a rota de Campo Grande. Mas estamos abertos a outros Estados. Os governadores podem contribuir subsidiando os primeiros voos de uma nova rota”, explicou a subsecretária.
A aproximação do Chile de Campo Grande ocorre ao mesmo tempo em que o projeto da Rota Bioceânica caminha para se tornar uma realidade. Antofagasta, Arica e Iquique são, originalmente, destinos do corredor que tem a Capital de Mato Grosso do Sul como seu centro logístico.
A rota, que visa a acelerar em pelo menos 2 semanas o transporte de cargas entre América do Sul e Ásia, a partir de portos chilenos, inclui rotas rodoviárias atravessando Brasil, Paraguai e Argentina até o Chile.