Seria a primeira entrega de reféns falecidos desde que o acordo de cessar-fogo com o Hamas começou este ano

Israel está se preparando para receber os corpos de um número ainda desconhecido de reféns de Gaza na quinta-feira (20), declarou uma fonte familiarizada com o assunto à CNN.

As identidades dos reféns não foram divulgadas.

Isso marca a primeira entrega de reféns falecidos desde que o acordo de cessar-fogo com o Hamas entrou em vigor em janeiro. Os militares israelenses já haviam recuperado os restos mortais de vários reféns em Gaza.

Na última rodada, três reféns israelenses foram libertados em troca de centenas de prisioneiros e detidos palestinos no sábado (15).

O Hamas havia dito inicialmente que adiaria as libertações e acusou Israel de violar os compromissos com a resolução.

Em meio à disputa, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu a Israel que cancelasse o acordo com o grupo e “deixasse o inferno acontecer“.

Dias depois, o grupo palestino anunciou que seguiria em frente com as liberações após conversas com o Egito e o Catar, que estavam mediando as negociações de cessar-fogo, e informou que trabalharia para “remover obstáculos e preencher lacunas”.

Até o momento, 19 reféns israelenses, de um total de 33, foram libertados em intervalos escalonados como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo. O governo israelense afirmou que oito deles estão mortos.

Próxima soltura de reféns

Conforme os termos do acordo inicial de cessar-fogo e libertação de reféns, a próxima troca está marcada para 22 de fevereiro, quando três reféns devem ser libertados.

O governo israelense também enfrenta uma pressão cada vez maior do público para garantir a libertação dos reféns restantes. Grandes multidões de manifestantes se reuniram em Tel Aviv na segunda-feira (17) para marcar 500 dias desde o ataque de 7 de outubro e pedir a libertação de todas as pessoas.

No entanto, as negociações sobre a segunda fase do acordo, que deveriam ter começado há duas semanas, e sobre a extensão do cessar-fogo que expira em 1º de março, estão em dúvida.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que realizaria uma reunião do gabinete de segurança política na segunda-feira para discutir a segunda fase do acordo.

O encontro ocorreu enquanto uma delegação israelense se dirigia ao Cairo a fim de discutir apenas a primeira fase da resolução.

Netanyahu relatou que a comitiva “receberia instruções para a continuação das negociações sobre questões da Fase B” após o encerramento da reunião do gabinete de segurança política na segunda-feira.

Nenhuma notícia sobre os resultados desse encontro foi publicada ainda.

O futuro da Faixa de Gaza

Netanyahu, reagindo à especulação sobre o plano futuro para a Faixa de Gaza, reiterou na segunda-feira (17) sua posição de que “no dia seguinte à guerra em Gaza, não haverá Hamas nem Autoridade Palestina”, acrescentando que ele estava “comprometido com o plano do presidente (Donald) Trump de criar um território diferente”.

O aviso vem enquanto os países árabes se esforçam para preparar uma proposta pós-guerra para Gaza como uma alternativa ao plano do presidente americano de “assumir” o local, despovoá-lo e transformá-lo na “Riviera do Oriente Médio”.

Os Emirados Árabes Unidos ressaltaram que estão dispostos a considerar um papel na Gaza pós-guerra a convite de uma Autoridade Palestina reformada.

Os comentários e planos de Trump para o território palestino provocaram ampla oposição internacional, mas foram bem recebidos por alguns ministros em Israel.

Na segunda-feira (17), o Ministro da Defesa israelense Israel Katz “decidiu que uma Diretoria para a Partida Voluntária de Residentes de Gaza será estabelecida no Ministério da Defesa”, conforme declaração do ministério.

“O plano inclui ampla assistência que permitirá que qualquer residente de Gaza que deseje emigrar voluntariamente para um terceiro país receba um envelope que inclui, entre outras coisas, arranjos especiais de partida por mar, ar e terra”, acrescentou a declaração.

Trump falou que a Jordânia e o Egito acolheriam os palestinos deslocados, mas os dois países rejeitaram veementemente a ideia em meio a temores de que isso desestabilizaria as nações, com analistas dizendo que isso criaria um “problema existencial” para eles.

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