Além dos crimes consumados, o estado registrou 87 casos de tentativa de feminicídio
Se em 2023 os dados já eram alarmantes, em 2024, o cenário de violência de gênero mostrou-se ainda mais preocupante em Mato Grosso do Sul. É que no comparativo, o número de feminicídios aumentou no estado, de 30 para 35. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública)
São 35 famílias que choram pela mãe, filha e irmã que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas. Desse total, 11 casos foram registrados em Campo Grande. Além dos crimes consumados, o estado registrou 87 casos de tentativa de feminicídio, 33 casos a menos que em 2023.
Em entrevista ao Jornal Midiamax no dia 27 de dezembro, a socióloga Manuela Nicodemos Bailosa, que está à frente da SPPM-MS (Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas para Mulheres), afirmou que este cenário violento está associado ao machismo patriarcal que tem demonstrado uma capacidade de se reestruturar ao longo dos períodos históricos para manter o controle sobre o corpo e a vida das mulheres.
Até a data da entrevista, em dezembro, 1 morte havia sido registrada no estado. Em menos de uma semana, o número saltou para 4.
Feminicídio é definido como qualquer morte violenta de mulheres motivada por questões de gênero, ou seja, pelo fato de a vítima ser mulher. Crimes como esse podem ocorrer em diferentes contextos, incluindo os chamados feminicídios íntimos, praticados por pessoas próximas à vítima, como cônjuges, familiares ou amigos. Também engloba casos em que a motivação está relacionada à discriminação ou à inferiorização do gênero feminino.
Denuncie
O Disque-Denúncia, criado pela SPM (Secretaria de Políticas para Mulheres), permite denunciar de forma anônima e gratuita e está disponível 24 horas, em todo o Brasil. Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na Rua Brasília, Jardim Imá, em Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300.