Ações envolvem o Alfabetiza MS Indígena, formação de intérpretes para língua terena e encontro com surdos

Mato Grosso do Sul criou um Plano Estadual para preservar a língua e cultura originária. O projeto atende os pedidos da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), por meio do International Decade of Indigenous Languages (Década Internacional das Línguas). Entre as ações estão o Alfabetiza MS Indígena, formação de intérpretes para língua terena e encontro da comunidade indígena surda.

Ao todo, são 80 mil indígenas de oito etnias, sendo guarani, kaiowá, terena, kadwéu, kinikinawa, atikum, ofaié e guató. O Estado tem a segunda maior comunidade indígena do Brasil. De acordo com a professora, pós-doutora em Linguística e técnica da SED (Secretaria de Estado de Educação), Denise Silva, há diversas linhas de pesquisa e tentativas de manutenção das línguas.

“A gente está trabalhando em três frentes bem distintas. A primeira é para as três línguas  vias de extinção, com ação específica, que são kinikinau, ofaié e guató. A outra é com a Língua Terena de Sinais, que é a única língua indígena de sinais reconhecida no Brasil. E o Alfabetiza MS, que envolve as quatro línguas mais faladas, terena, kadiwéu, guarani e kaiowá”.

A SED informou que, nesta terça-feira (18), o município de Miranda, localizado a 208 quilômetros de Campo Grande, vai realizar o primeiro encontro de indígenas surdos da etnia terena. Denise, que também é representante da Unesco no Estado, explicou que a língua também é mantida viva pelos anciãos, indígenas mais velhos que ouviam e falavam em suas comunidades.

“É um encontro da comunidade terena surda com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que tem expertise na área e temos parceria. Também vamos lançar uma história em quadrinhos em língua terena de sinais e o curso de formação de tradutores interpretes”.

O curso de formação de tradutores intérpretes para a língua terena de sinais envolve os municípios de Miranda, Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Aquidauana e Sidrolândia, que vivem indígenas surdos da etnia terena.

“Existe uma língua terena de sinais que é diferente da Libras (Língua Brasileira de Sinais), são línguas distintas. Desde o ano passado, dentro do Plano Estadual para as Línguas Indígenas, fizemos uma parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Aquidauana e Campo Grande”, explicou Denise.

No município de Miranda, as línguas terena, kinikinau e a língua terena de sinais são cooficializadas. Conforme a professora, dos 12 municípios com línguas indígenas cooficializadas, dois são no Estado, Miranda e Tacuru.

Equipe da SED fala com anciões das andeias indígenas do Estado (Foto: Denise Silva)

Alfabetiza MS –  Em maio deste ano, o Estado anunciou que vai produzir materiais didáticos para alfabetização e letramento de crianças indígenas nas línguas Guarani, Kaiowá, Kadiwéu e Terena. As línguas são as mais faladas em Mato Grosso do Sul.

CAMPO GRANDE NEWS. Mato Grosso do Sul cria plano estadual para preservar línguas originárias. Disponível em:<Mato Grosso do Sul cria plano estadual para preservar línguas originárias>. Acesso em: 17.Jul.2023.

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