
O Ministério Público Estadual, por intermédio da promotora Mariana Sleiman, abriu inquérito civil para investigar denúncia de farra das diárias envolvendo prefeitura e a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul).
O inquérito tem como investigado o ex-prefeito de Nioaque e agora ex-presidente da Assomasul, Valdir Couto Junior (PSDB). Denúncia levada ao gabinete de uma vereadora e encaminhada ao Ministério Público aponta possível irregularidade do ex-prefeito e ex-presidente ao receber, que receberia diárias da prefeitura de Nioaque e da Assomasul para mesma atividade.
“O prefeito de Nioaque vem embolsando diárias pagas pela prefeitura todas as vezes que vai para Campo Grande e Brasília, com o argumento que terá reuniões na Assomasul, onde desde 2021 é presidente. Até aí, tudo bem, se não fosse a seguinte situação: ele embolsa o valor das diárias pagas pela prefeitura, que deveriam pagar pelas despesas (viagem, alimentação e hospedagem), e faz a Assomasul pagar novamente. Veja que ele ganha as diárias em dobro, já que Nioaque e a Assomasul pagam pelas mesmas despesas”, diz a denúncia.
O morador, que pediu para não ser identificado, pede para que o Ministério Público investigue, afirmando que a Câmara do Município está comprada e só resta a promotoria para fiscalizar. O denunciante chega a citar os restaurantes que o prefeito frequenta e os hotéis onde fica hospedado.
Ele afirma ainda que funcionários foram demitidos por não concordarem com as supostas irregularidades e que o então presidente nomeou a secretária como diretora financeira para fazer o que ele determinava.
A promotora solicitou informações sobre despesas do prefeito nos restaurantes e hotéis citados na denúncia. Os restaurantes informaram que a conta está no nome da Assomasul, sem descrição de quem utilizou. Já os hotéis informaram dias das hospedagens.
O prefeito Valdir Couto de Souza Junior alegou que os valores pagos pela Assomasul, de forma excepcional, a título de hospedagem e almoço, não podem ser considerados como recebimento vantajoso ou em duplicidade, vez que são valores considerados ínfimos perante a despesa do prefeito, de modo que não há qualquer irregularidade no pagamento”.