Os três pacientes diagnosticados com a ‘gripe K’, ou ‘super gripe’, em Mato Grosso do Sul, estão recuperados e já receberam alta hospitalar, conforme informado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). Um bebê de cinco meses e dois idosos, de 77 e 73 anos, estão entre os casos confirmados no Estado, sendo dois pacientes do sexo feminino e um do sexo masculino.
Conforme a pasta, apenas um paciente apresentava comorbidades, com histórico de hipertensão e diabete. Somente um dos casos evoluiu para síndrome respiratória aguda grave, com necessidade de internação hospitalar. No entanto, todos os três pacientes apresentaram melhora e nenhum permanece hospitalizado.
Os casos foram confirmados nos municípios de Campo Grande, Nioaque e Ponta Porã. Não há relatos de casos suspeitos no Estado, uma vez que a influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente, não sendo possível afirmar com precisão, conforme esclarece a SES.
“Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como influenza A (H1N1 ou H3N2), influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial”, explica a nota.
Alerta epidemiológico
Devido aos casos confirmados, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado. As medidas de prevenção e controle permanecem as mesmas já adotadas para os vírus respiratórios em geral, incluindo influenza e covid-19, e estão descritas nas notas técnicas e nos alertas epidemiológicos vigentes.
O que se sabe sobre a variante?
Em nota divulgada nos canais oficiais, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que a influenza sazonal evolui continuamente. Desde agosto de 2025, houve um crescimento acelerado da circulação do subtipo A (H3N2) J.2.4.1, o chamado subclado K, em diversos países.
O vírus apresenta mutações relevantes e características novas para o sistema imunológico de grande parte da população, o que contribui para a rápida disseminação. Ainda conforme especialistas, os principais sintomas são febre, vômitos, dores musculares, cansaço, congestão, dor de cabeça, tosse, calafrios, coriza, mal-estar e náusea.
A atividade da gripe está dentro do esperado para a temporada, embora, em algumas regiões, o aumento tenha ocorrido de forma mais precoce, segundo a OMS. Por isso, as vacinas seguem oferecendo proteção, especialmente contra casos graves e hospitalizações.
Como se proteger
A Cievs/CG (Coordenadoria de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Campo Grande) divulgou uma série de recomendações e medidas de prevenção e controle da doença.
A cartilha orienta a população a evitar aglomerações; manter ambientes de convívio limpos e ventilados; adotar hábitos de etiqueta respiratória, como cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar; usar máscara, quando apresentar sintomas gripais; manter o uso de álcool em gel e a lavagem frequente das mãos com água e sabão.
No caso de pessoas infectadas, porém assintomáticas, é necessário evitar contato com outras pessoas, especialmente indivíduos pertencentes aos grupos de risco, além de evitar frequentar locais públicos.
Conforme orientação da Coordenadoria, pacientes com sintomas leves, como febre, tosse, espirros, dor de garganta e dor no corpo, devem procurar as Unidades de Atenção Primária; já pacientes com sintomas moderados a graves, como falta de ar, devem ir direto para as unidades de urgência e emergência.
Também é reforçada a importância de manter a vacinação em dia, por se tratar da medida mais eficaz para prevenir a infecção e os efeitos graves causados pelos vírus da influenza, como a hospitalização e o óbito.
O material também traz protocolos a serem seguidos em hospitais e unidades de saúde, confira:
- Fortalecer o monitoramento dos casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) hospitalizados;
- Identificar precocemente a ocorrência de casos de SRAG, proporcionando tratamento e manejo oportuno;
- Realizar isolamento e monitoramento de casos confirmados para vírus respiratórios;
- Manter o uso de álcool em gel e a lavagem frequente das mãos com água e sabão;
- Manutenção dos protocolos gerais de prevenção de vírus respiratório conforme notas técnicas;
- Limitar visitas a hospitais;
- Manter ambientes limpos e ventilados;
- Realizar manutenção dos protocolos gerais de prevenção de vírus respiratório conforme notas técnicas;
- Estimular e intensificar a vacinação.

Vacinação
Diante do cenário, o Ministério da Saúde reforçou, em nota, que as principais recomendações seguem sendo a vacinação contra a influenza e a adoção de cuidados básicos de higiene e prevenção.
A vacina contra a gripe disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) oferece proteção contra os principais tipos do vírus influenza A, incluindo o subtipo H3N2. No entanto, o imunizante pode não impedir totalmente a infecção pelo subclado K, recentemente identificado no país.
Apesar disso, a vacinação segue sendo considerada essencial pelas autoridades de saúde, uma vez que reduz de forma significativa o risco de evolução para casos graves da doença, além de diminuir as chances de hospitalizações e óbitos.
A vacinação contra a gripe segue disponível para toda a população a partir dos seis meses de idade, nas 74 unidades de saúde de Campo Grande.
