Vereador não gostou de ser chamado de ‘inimigo do povo’ e de ter conversa exposta

Para fugir das críticas e cobranças, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), bloqueou os perfis Ligados no Transporte e Linha Popular CG, que denunciam irregularidades do Consórcio Guaicurus no transporte público, na rede social Instagram.

Conforme os administradores da página Ligados no Transporte, o vereador não gostou de ser chamado de “inimigo do povo” e de ter prints de conversas com os gestores do perfil expostos em stories.

Tudo começou quando o perfil criticou a expressão facial do vereador em uma imagem. A foto é do dia em que o requerimento da CPI para investigar o Consórcio Guaicurus foi protocolado.

Nela, o presidente da Casa de Leis aparece sério, sem esboçar reação, ao lado dos parlamentares que assinaram o documento, enquanto estes estão sorrindo. Papy não faz parte do grupo que apoiou o requerimento.

A expressão facial gerou uma crítica do perfil, que escreveu na postagem (que fica disponível por 24h e depois desaparece): “A cara de quem queria dar mais dinheiro para o Consórcio Guaicurus, mas agora vai ter que abrir uma CPI (emoji de risada). Vereador @papyoficial é inimigo do povo!”

Ao tomar ciência da crítica, o vereador questionou a página: “Que horror! Como fala isso?”

Na sequência, os administradores postaram a reação do vereador nos stories, expondo o que ele disse e fazendo nova crítica: “O vereador, que é uma figura pública, ficou bravo porque postamos prints da resposta dele! Conversa pessoal?! Em que planeta ele vive? Eleito pelo povo e querendo sigilo?”, rebateram, marcando novamente o perfil do presidente da Casa de Leis.

Logo em seguida, o vereador disse, irritado: “Postou uma foto de conversa pessoal??? Não tô acreditando! Parabéns!!!!”

Pouco depois, segundo a versão dos administradores, o perfil foi bloqueado. Veja os stories abaixo:

Vereador não gostou de ter conversas expostas pelas páginas. (Foto: Reprodução)

Vereador diz não ter conhecimento sobre ocorrido

Questionado pela reportagem se os bloqueios não representariam, conforme denunciado pelas páginas, um cerceamento do debate e da pluralidade de ideias, o vereador disse que não tinha conhecimento sobre o ocorrido e que as redes sociais são gerenciadas pelas regras da boa convivência da rede social.

“Talvez os conteúdos ofensivos e desrespeitosos tenham sido moderados pela nossa equipe. O ambiente democrático permite divergência de ideias, que, neste caso da CPI, estamos do mesmo lado. Porém, ataques pessoais, ameaças e exposição de conversas privadas são e sempre serão contidas e moderadas pela equipe de gestão”, disse.

O parlamentar ainda reforçou que todos são bem-vindos ao bom diálogo, porém afirmou prezar pelo respeito e pela verdade.

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