Uma das datas mais aguardadas do ano se aproxima: a Páscoa, que será celebrada em 20 de abril. Além do significado simbólico, a data também impulsiona a economia de Campo Grande, com expectativa de um aumento de 5,5% nas vendas em relação a 2024 e um faturamento estimado em R$ 103 milhões, segundo levantamento da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande).

Na casa de Leonardo Padilha, de 33 anos, a filha de quatro anos já escolheu o ovo de Páscoa que deseja ganhar. O consumidor comentou sobre os preços dos produtos e a tradição da data.

“Tento ensinar a ela o verdadeiro significado da Páscoa, explicando que não se trata apenas de ganhar ovos de chocolate. Mas, todo ano, saímos juntos para comprar, e ela sempre escolhe um ovo com brinquedo, que geralmente é um dos mais caros. Este ano, os preços estão ainda mais altos, pelo que já vi. Felizmente, tenho só uma filha, então o impacto no bolso não deve ser tão grande”, afirmou.

Cada consumidor em Campo Grande deve gastar, em média, R$ 464,20 durante o período da Páscoa, conforme a pesquisa da CDL-CG. Desse valor, R$ 220,00 serão destinados à compra de chocolates e presentes, enquanto R$ 244,20 serão reservados para confraternizações familiares. No entanto, 97% dos entrevistados demonstraram preocupação com o aumento dos preços dos alimentos e a perda do poder de compra.

A empreendedora Bruna Monteiro revelou, em entrevista ao jornal O Estado, que pretende preparar os próprios ovos de Páscoa para a filha de 9 anos e os sobrinhos. “Já pesquisei bastante e, sinceramente, não dá. Tenho minha filha e meus sobrinhos, e comprar para todos com esses preços absurdos é inviável. Prefiro fazer em casa, sairá mais barato”, destacou.

Cacau deve encarecer a data

Desde o final de fevereiro, os ovos de Páscoa já estão nas prateleiras dos supermercados de Campo Grande. No entanto, os preços surpreenderam muitos consumidores. O principal motivo da alta é o aumento expressivo no valor do cacau, matéria-prima essencial para a produção de chocolates, que subiu 189% nos últimos 12 meses.

Diante desse cenário, a Páscoa de 2024 deve sofrer alguns impactos, conforme pontuou o presidente da CDL-CG, Adelaido Vila. “Estamos bastante apreensivos com o cenário econômico. Observamos que há uma reclamação quase unânime dos consumidores quanto ao custo dos alimentos. Essa é uma preocupação real”, afirmou.

Embora o setor projete crescimento no faturamento, Vila alerta que esse aumento pode ser apenas um reflexo da inflação. “Será uma Páscoa com ovos menores e até a inclusão de bolachas nos produtos para reduzir custos. O chocolate sofreu uma alta muito significativa, não só no Brasil, mas em todo o mundo, devido à crise do cacau”, concluiu.

Por Suzi Jarde

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