Reconhecida pelo rápido crescimento e alta taxa de reprodução, hoje a leucena é considerada uma espécie exótica invasora

Em Lei sancionada no Diogrande (Diário Oficial) desta quarta-feira (4), a prefeitura de Campo Grande institui o Plano de Erradicação e Substituição da planta exótica Leucaena leucocephala, conhecida como leucena. A norma proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da espécie, prevendo multa de R$ 1 mil para quem descumprir a regra.
Reconhecida pelo rápido crescimento e alta taxa de reprodução, a leucena está classificada como uma espécie exótica invasora. Contudo, anteriormente a planta era considerada uma “árvore milagrosa” por crescer rapidamente mesmo em áreas degradadas, de clima seco e solo pobre. Além disso, a semente é tóxica em excesso.
Ameaça a flora nativa
Conforme o projeto apresentado na Câmara de Campo Grande, a presença da planta leucena em ecossistemas nativos compromete a biodiversidade ao competir com espécies locais, podendo reduzir em até 70% a diversidade de plantas nativas nas áreas afetadas.
Além disso, a árvore altera a estrutura das comunidades vegetais e impacta negativamente a fauna associada.
Com a nova legislação, Campo Grande passa a contar com um plano de ação que prevê o mapeamento das áreas invadidas pela leucena, a substituição gradual por espécies nativas do Cerrado e a restauração dos ecossistemas locais. A remoção ou corte das árvores dependerá de autorização prévia do órgão ambiental municipal.
O texto também estabelece princípios como a proteção da biodiversidade, a promoção da educação ambiental e o engajamento da comunidade para a conservação das espécies nativas.
“A proposta não apenas combate uma planta que ameaça o equilíbrio ambiental. Também conscientiza a população sobre a importância de preservar nosso ecossistema”, destaca a lei.
Para viabilizar a execução do plano, o Poder Executivo autorizou convênios e parcerias com órgãos públicos e instituições privadas.
A leucena, originária da América Central, foi amplamente introduzida no Brasil com finalidades como sombreamento de pastagens e recuperação de áreas degradadas. No entanto, seu comportamento agressivo a tornou uma ameaça ecológica em diversas regiões, incluindo Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira (4), a Câmara Municipal promoveu uma audiência para debater a proibição da planta.