Vereadores e Sindicato dos Médicos cobram resposta da Sesau e refutam a retirada de pediatras da rede pública

Uma possível decisão de fechar o serviço de pediatria nos Centros Regionais de Saúde do Tiradentes e do Nova Bahia, juntamente com a redução nas escalas de plantões nas unidades de saúde de Campo Grande, causou alvoroço na população e gerou intensos debates na Câmara de Vereadores nesta semana. As preocupações com os impactos que essa medida traria para o atendimento às crianças do município provocaram duras críticas ao secretário de Saúde, Sandro Benites.

Durante a sessão da Câmara (29), diversos vereadores expressaram sua indignação com a possibilidade de fechamento dos serviços pediátricos. O vereador Zé da Farmácia (Podemos) questionou o secretário, relatando sua preocupação com as mães que precisam levar seus filhos doentes de ônibus para consultas médicas. Ele ressaltou a importância de manter os pediatras nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e pediu um aumento no número desses profissionais.

O vereador Marcos Tabosa (PDT) também manifestou sua indignação, classificando a possibilidade de fechamento como uma falta de respeito com os cidadãos e ressaltando a necessidade de garantir assistência médica adequada às crianças. 

No entanto, o vereador Beto Avelar (PSD), líder da prefeita Adriane Lopes (PP), tentou tranquilizar os ânimos ao informar que não haverá redução de profissionais nas unidades de saúde.  “Sobre os pediatras. Liguei para o secretário e ele foi taxativo. Disse que não vai ter a redução de pediatras nos postos de saúde. O secretário foi taxativo e disse que não vai ocorrer isso.”

A declaração apesar de tentar trazer algum alívio à população ainda não foi suficiente para dar certeza a população. 

Sindicato dos Médicos

O SinMed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) se posicionou contrário à decisão da Sesau de centralizar o atendimento pediátrico para duas Unidades de Pronto Atendimento Universitário e Coronel Antonino.

O presidente do SinMed/MS, Marcelo Santana, já avisou que a entidade de classe irá lutar pela categoria e pela população que ficará desassistida:

“A centralização do atendimento pediátrico em Campo Grande vai na contramão da necessidade da população. Sabemos que essa ação vai reduzir a acessibilidade de muitas famílias que ficarão extremamente distantes dos pontos de atendimento, provocando um risco desnecessário a saúde das crianças”.

Para ele, o atendimento hospitalar pediátrico também é insuficiente e por essa razão as UPAs e CRSs têm sido suporte para evitar o abarrotamento hospitalar.

“Quando o atendimento nas UPAs e CRSs funcionam de forma efetiva, diminuímos a quantidade de encaminhamentos hospitalares, não há lógica em reduzir um atendimento que precisa ser urgentemente ampliado”, conclui o presidente.

Conselho de Saúde

O vereador Dr. Victor Rocha participou da 429ª Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande, exigindo respostas e garantias de que o fechamento dos serviços de pediatria e a redução das escalas de plantões não ocorreriam. “Nós entendemos, como preconiza o SUS, que o atendimento deve ser descentralizado, por isso o atendimento pediátrico deve ser mantido nas unidades de saúde, bem como as escalas de plantões, pois muitas pessoas deixam para buscar atendimento médico no período noturno, para não afetar suas jornadas de trabalho”, defendeu o vereador Dr. Victor Rocha.

Em resposta, a secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Saúde, Rosana Leite, informou que nenhuma medida seria implementada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sem ser previamente apresentada ao Conselho Municipal de Saúde.

Ela esclareceu durante a reunião que, mesmo com as readequações, não haveria alteração na escala médica a partir do dia 1º de julho e que as mudanças se limitariam aos horários e quantitativos.

A possibilidade de fechamento do serviço de pediatria e a redução nas escalas de plantões nas unidades de saúde de Campo Grande geraram uma onda de preocupação e revolta na população.

O que diz a Sesau?

Pedido de nota retorno foi enviado a Sesau sobre o tema. Em resposta a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), esclareceu que o mapeamento e readequação de plantão não vai interferir no atendimento das crianças e que não haverá alteração na quantidade de médicos, uma vez que os clínicos gerais são capacitados a atender a todos os públicos.

A Sesau disse ainda que “a presença do pediatra será reforçada, onde há um maior fluxo de crianças”.

Veja a nota na íntegra:

“O mapeamento e readequação das escalas de plantão dos médicos, enfermeiros e demais integrantes das equipes das unidades de saúde não interferem no atendimento tanto para crianças quanto para adultos.

 As escalas dos plantões continuarão sendo divulgadas diariamente no site da prefeitura e nas redes sociais da Sesau, podendo ser acompanhadas pelos interessados.

O atendimento às crianças continuará sendo realizado normalmente em todas as 10 unidades de urgência e emergência. Além disso, a presença do pediatra será reforçada, com escalas de plantão 24 horas, onde há um maior fluxo de crianças.

Não haverá alteração na quantidade de médicos disponíveis nas UPAs e CRSs, uma vez que os médicos clínicos gerais, profissionais capacitados para atender todos os públicos, continuarão garantindo a assistência necessária”.

TOPMIDIA NEWS. Possível fechamento de serviço de pediatria gera revolta e debates acalorados em Campo Grande. Disponível em:<https://www.topmidianews.com.br/campo-grande/possivel-fechamento-de-servico-de-pediatria-gera-revolta-e-debates/186643/>. Acesso em: 01.Jul.2023.

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